Ergo-me da poltrona
São agora nove da manhã e ergo-me da poltrona
Velha, modesta, luxuosa. E viajo não no meu coração
Mas no meu pensamento derivado da razão
Encontrei o vão...
Fascinar? Para fascinar basta passear ao relento
Esfriar junto dum lugar onde passe o vento
E se oiça a peculiaridade na natureza
Esperando, sempre, a surpresa...
Assim chego a este eterno no fundo do céu
E vi entra a nuvem e o Sol a intriga do distanciamento
Padecia náusea e dor e lamento,
Quando ela lhe tirou o véu,
Esqueci o céu.
Na terra ouvia ao fundo a água escorrer
Sem haver água. E escorria na fonte
O seu belo e delicado mover
Enquanto atravessava a ponte
Nunca me senti tão só como aquele momento:
Senti ver tudo em sintonia, menos eu, sem conhecimento
Das sábias bíblias que uns lêem na sua poltrona
Sem sentirem o sentimento.
De repente, sem querer
Começa a chover.
Correm, lentos, alguns transeuntes
Da chuva que sem parar humedece os montes
Não consegui prever.
Álvaro Machado - 12:31 - 19-05-2012
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