Três da manhã


Fui o único a despertar,
À sombra da madrugada.
E o barulho fizera-se desertar
Na penumbra da janela fechada

No meu triste sobretudo lanço um vasto olhar,
Pela cidade fora. Não há viva alma acordada
Só inda estão os que têm falta dela - os pobres - a chorar
A doença indesejada!

Estou pálido e tonto num devaneio físico
Há dias que ando assim,
Radiante e tísico
Há espera de algo sem fim...

E já em queda, vacilante;
Fui o único a afugentar
Em passo rápido e desconcertante
Sem que me visse despertar...

Álvaro Machado - 03:35 - 16-05-2012

Comentários

  1. De todos os que vagueiam a noite
    Um ou outro, como desnorte
    Vagueiam o dia, sem ver, sem sentir
    O que a luz lhes soube trazer
    Para que o amanhã fosse uma continuação
    Daquelas que seriam as 3 horas da manhã!
    Abraço!
    Escreves muito bem!!!

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