Bebendo Alvarinho


Enquanto estava perdido e sem forças para me encontrar
Passou por mim, curvada e grisalha, alguém,
Dando-me um largo sorriso para me cumprimentar
E por um instante, deixei o ninguém.

Comia uma bela maçã verde ou vermelha
E todo aquele seu ar de velha,
Passou-me ao lado. Continuei sozinho,
Dando um trago de Alvarinho

De repente, não acostumado, fiquei ébrio e desertei
Toda aquela sensação; todo aquele estranho olhar -
Quando dei por mim já a chorar -
Vi-a e não reparei

Ficara preso na eterna solidão. A senhora,
Abandonou-me quando chegou a noite...
E tudo o que ela fez, e ela própria, se fora!

Mas tudo isto vale o quê? Nada no mundo é real
Povos, riquezas, vontades, devaneios,
Sem sentido nem vontade prossigo os meus passeios,
Num destino sem igual.






Alberto de Régio - 21:31 - 07-06-2012

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