Deserto Lusitano


Passa no meio do deserto uma chama
E brilha desvanecida.
Tudo se resumiu a uma paisagem de fama,
E a luz deu-se por vencida.

Todo o calor absorvera a vontade daquela iguana
Já não tinha cor, já não tinha alma,
Dentro de si já não havia calma;
A calma de voz lusitana

O céu cobriu-se de nuvens obscuras
Até que avizinhou chover.
Desertou o réptil sem desaparecer,
Até que, do nada, voltou pelas ferraduras,
D'um cavalo lusitano. E sem ver quis querer
Na névoa daquelas amarguras...

Vi, também, o meu corpo coberto de areia
A tempestade começara.
Não percebi porque Deus me deslocara,
Até aquele deserto que estonteia!
Chorei, nostálgico, por só ali estar,
Sem ninguém para comigo desertar...

Álvaro Machado - 15:08 - 12-06-2012

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