A viagem ao outro continente
Dedicado ao imperador
Pois bem íamos nós escondidos
Entre as muralhas daquela China
Julgando-nos altos, talvez, e destemidos,
Riamos por cima da colina
O mandarim que se falava
Fazia-se entender? Estranhamente dizíamos
«Aquele sotaque!» que tanto nos atrapalhava
E dificilmente o percebíamos!
Eu não levei bagagens supérfluas para acolá
Somente fui, como o vento vai pela árvores,
Adentro levando o frio que mais parece de mármores.
E todo aquele desejo asiático se retia por lá...
E brado-lhe a si, imperador chinês, pela grande hospedagem
Que nos deu quando chegámos no ferryboat; e cansados da viagem,
Pedíamos vinho e cozido à portuguesa! «Raios nos partam... Saudades!»
Quando molhei o pé na areia, senti na pele o fel das nossas comidas,
E vi em tantos territórios e em tantas herdades
Comidas sem cor, frias, e nunca cozidas!
Um abraço ao senhor Qin Shihuang pela caçadas também!
A unificação ainda está erguida e foi mais além!
Nós por cá, já em Portugal, bebemos e rimos ainda
Da viagem e do dia da nossa vinda!
Álvaro Machado - 14:36 - 17-06-2012
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