Viagem à Grécia


Na viagem à Grécia ergui os olhos num movimento brusco
E vi, imaginei e consenti os Deuses nas parábolas antigas
Contestei... Ergui a voz como em rítmicas cantigas
Enaltecendo a fome e a solidão no cinzento fusco

O povo, na Pólis, não consentia estas objecções
Em tardes opacas, quentes, mórbidas,
Repugnava estas e outras acusações;
Essas tais que foram esquecidas

Que horror e desprezo me havia acercado!
Perdeu-se o gosto pela natureza, pelos animais,
E o azul do céu abençoado
Brilhava como as cores vegetais

Mas tudo era demais... tudo era demasiado...
Calor, ventania e natureza, tudo desacreditado!
E esta alma em que só eu desacreditei
Espero um dia, já grego, acreditar que amei.

Álvaro Machado - 19:39 - 22-06-2012

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