Pelo comboio.
Se realmente existisse esta viagem,
Poder-se-ia declinar a rota, poderíamos ir na dianteira,
Esquecer-se que para além à margem
E viajar com a paz na alma p’ra vida inteira.
Meio sonâmbulo, meio morto,
Mas com a tranquilidade certa
Para esperar uma nova descoberta
E fugir deste mundo absorto.
Encostados ao mar,
Pertos de amar,
Feitos p’ra viver!
Com o destino a nos cruzar,
Criamos laços para depois tudo acabar.
Somos feitos de anoitecer!
Entretanto, quem vai ao meu lado
Vai estando a ler
Um livro qualquer
De um escritor consagrado.
Consagrados, porventura,
Deveríamos ser todos!
Todos poetas de uma vida dura
E todos encantados!
A meio caminho estamos indo,
Passando pela cidade nunca vencida,
Um rio inteiro correndo, o olhar caindo,
E a vida acabada de ser perdida…
Mondego que nunca te irei esquecer,
Tenho que me encontrar noutro caminho
- Muito, pouco, perto ou longe, o que houver
Será o rasto do meu pergaminho.
Hei-de ficar caído.
Com o coração partido.
E nunca à margem hei-de estar
Porque do sonho acabei de me aprisionar!
Álvaro Machado – 17h50 – 01-11-2013
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