Ordem.



Acorda. Hoje ainda estás aqui.
Seria pior se tivesses partido precocemente.
Precipita-te para a janela da velha casa
E vê somente os pássaros a voar.

Encanta-te. Não há nada mais sublime
Do que vislumbrar um himenópode
Defronte, naquela telha quebrada,
Cantando qualquer melodia.

Esquece então o enfado da noite passada.
Não acabes contigo, não sofras mais…
Porquê sofrer se nunca haverá nada de mudar?
O único que muda és tu: ninguém!

E hoje cruzar-te-ás por qualquer figura humana
Que esteja a varrer as folhas do Outono entristecido…
Não são as folhas que são varridas, senão almas
Há muito, neste espaço de tempo, perdidas!

Álvaro Machado – 15:10 – 04-11-2013

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