Vira-o na grande praia estendido,
Esquecido, como nem uma pedra fica.
Caíra morto, ficara despedaçado.
As ondas tempestuosas e o vento
Foram o funeral do que restara dele
Mas para sempre fora esquecido.
A criação que não finda Que vem dolorosa, sem se apresentar, Vem fragmento a fragmento na vinda E cai, em dobre, em noite de luar Cai enquanto medito sobre o passado. Se eu quiser eu não consigo voltar a tê-lo. (os outros de olhos postos como sabendo o fado) E, de repente, no eléctrico, cai um relâmpago: não voltarei a vê-lo! Sinto e digo e fujo destas epifanias sobressaltadas Não tarda estarei noutro lado, a virar de direcção! Com meu pequeno barco a seguir novas pegadas E o volante a girar, comigo ao leme, a escrever outra canção! Álvaro Machado - 19.09.2023
o coração vai cheio por essa estrada que chamamos mundo... vai carregado de acasos não por acaso, explode intenso, único no sentir... vai entre ritmos musicais a bater nele e a cada toque da guitarra vibra história efémera no momento, eterna no sentir por essa estrada que também é destino... e no toque suave da mente relembrado tudo se agiganta: mais se quer viver mais se quer ter, mais se quer para vir por essa estrada que no coração quer ficar... Álvaro Machado - 10h25 - 13.06.2023
É neste intenso cheiro a maresia que me descubro. Neste cair da noite ligado às estrelas do céu estrelar Divido-me entre intensas memórias, as que sempre encubro, E as vivências que nunca hei-de mais apreciar! Sento-me à janela, entre brisas de uma minha extensão qualquer, Para novamente da vida qualquer coisa aproveitar - Se são mais memórias ou vivências, não sabendo o que querer, Quero olhar para a frente e o mar poder recitar! Deu meia-noite. Começou a chover. São os ventos, a tempestade a colher… Como dizer algo se não tiver mais nada p’ra dizer? Quero o mar e tudo mais é viver. Álvaro Machado - 15.08.2024
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