A nova civilização
Estou perplexo, sobre a janela que está no meio dos universos e da vida,
Perplexo, mas compreensivo. Há-de surgir o outro lado, o tempo é infinito e o amor é eterno.
- Não haverá matéria, só extensivos campos sem fim, cascatas calmas, ventos sublimes…
Creio, assim, afincadamente: não pode ser só isto o expoente máximo da vida,
Mas porque há-de ser ainda mais nobre, mais intensa, mais real do que a realidade desta.
E eu creio nisto sem crer em nenhum deus.
Enquanto estou perplexamente parado a contemplar o que me permitem contemplar
(Que bem pode ser uma ilusão imposta não sei por quem…)
Vejo, muito prontamente, o mistério que tem este universo.
E estou entre ele e a humanidade, como se de uma alma perdida se tratasse,
Para compreender a grandeza das pequenas coisas e recusar a cobiça…
Encontro na solidão e na inércia – que é o sossego da minha alma – o refúgio,
Que fecha os olhos ao mundo físico, ao mundo que tudo quer e nada tem,
Para a minha passagem para o outro lado…
Cobiçar? Hei-de eu querer o dinheiro e os títulos nobiliárquicos para sentir?
Ah, mas para sentir basta vaguear na rua, escrever o que me inquieta,
Cercar-me no meio de rios, altos montes, ermos do abismo!...
Para quê o vasto palácio do vasto reino,
Se eu posso ter o meu próprio universo à parte?
O que me espera é um silêncio dos maus costumes
E um grito dos grandes manifestos!
Será uma ópera transcendente e muda
A acompanhar cada alma, que, sem rosto, sem voz, sem sentimento,
Chega à perfeição de que os homens falavam e não sabiam o que era:
A verdadeira essência – a pureza.
Esse estado que ninguém – nem eu – sabe o que é, que ninguém consegue imaginar,
Que ninguém, mesmo vendo, saberia reconhecer.
É o segredo, o grande segredo da humanidade:
Morrer… é acabar ou é continuar?
É o fim, o começo? Tudo ou nada?
Arderemos para sempre no inferno,
Encontraremos a paz no céu?
Ninguém sabe, tudo questiona.
Eu apenas desejo a nova civilização.
Álvaro Machado – 01:44 – 21-12-2013
Perplexo, mas compreensivo. Há-de surgir o outro lado, o tempo é infinito e o amor é eterno.
- Não haverá matéria, só extensivos campos sem fim, cascatas calmas, ventos sublimes…
Creio, assim, afincadamente: não pode ser só isto o expoente máximo da vida,
Mas porque há-de ser ainda mais nobre, mais intensa, mais real do que a realidade desta.
E eu creio nisto sem crer em nenhum deus.
Enquanto estou perplexamente parado a contemplar o que me permitem contemplar
(Que bem pode ser uma ilusão imposta não sei por quem…)
Vejo, muito prontamente, o mistério que tem este universo.
E estou entre ele e a humanidade, como se de uma alma perdida se tratasse,
Para compreender a grandeza das pequenas coisas e recusar a cobiça…
Encontro na solidão e na inércia – que é o sossego da minha alma – o refúgio,
Que fecha os olhos ao mundo físico, ao mundo que tudo quer e nada tem,
Para a minha passagem para o outro lado…
Cobiçar? Hei-de eu querer o dinheiro e os títulos nobiliárquicos para sentir?
Ah, mas para sentir basta vaguear na rua, escrever o que me inquieta,
Cercar-me no meio de rios, altos montes, ermos do abismo!...
Para quê o vasto palácio do vasto reino,
Se eu posso ter o meu próprio universo à parte?
O que me espera é um silêncio dos maus costumes
E um grito dos grandes manifestos!
Será uma ópera transcendente e muda
A acompanhar cada alma, que, sem rosto, sem voz, sem sentimento,
Chega à perfeição de que os homens falavam e não sabiam o que era:
A verdadeira essência – a pureza.
Esse estado que ninguém – nem eu – sabe o que é, que ninguém consegue imaginar,
Que ninguém, mesmo vendo, saberia reconhecer.
É o segredo, o grande segredo da humanidade:
Morrer… é acabar ou é continuar?
É o fim, o começo? Tudo ou nada?
Arderemos para sempre no inferno,
Encontraremos a paz no céu?
Ninguém sabe, tudo questiona.
Eu apenas desejo a nova civilização.
Álvaro Machado – 01:44 – 21-12-2013
Comentários
Enviar um comentário