Real, sonho.
Não tenho nenhuma esperança.
A luz sumiu, tudo está deserto.
E se eu sinto uma cavidade de mágoa profunda no coração
É porque mereço, mereço tudo isto.
Apagou-se-me a lucidez, interceptou-se-me esta alucinação
Que me faz sonhar que não existe!
Que me faz querer o impossível!
Que me faz chorar por quem não conheço!
Será que mereço? Vou à janela, estendo os braços para que me vislumbrem,
Mas não tenho ninguém para me socorrer, falhei a sorte do destino...
Como isso pesa, como cria um ferida profunda no coração, como deita abaixo,
Como me faz querer desaparecer...
Onde está Deus? Está em qualquer lugar, nem sei se ele existe...
Passei tantos anos da minha vida a velar por tudo, mas sobretudo por si.
Mas os sinais que tenho recebido - se os recebo realmente - são de um desassossego terrível,
De um inferno, de um cismo que destrói toda a flor que floresce.
Cadáver. Perdi a vontade de me ser.
Viver...
Sonhar...
Álvaro Machado - 17:58 - 05-01-2014
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