Marcha nocturna


No submundo são queimadas,
Sem nenhuma lamentação,
As almas que, pelo senhor, são abençoadas
E tornadas servas da escuridão.

A viagem é ambígua, mar adentro,
Com as hastes içadas ao alto do universo;
Por onde iremos nós se o sentimento é disperso
E o inferno fica ao nosso centro?

Iremos até ao fim, até onde o destino nos levar.
E em uma ponte defronte, por nós esperando,
Está parado, dias e dias inteiros, o homem que vai guardando
A passagem para quem quer acreditar que pode passar…

Escutem, ao de leve da consciência, melodicamente,
A chuva a cair… Será que realmente existimos?
Pesemos a nossa alma: quem realmente se sente?
Para onde vamos, de onde vimos?

Álvaro Machado – 23:15 – 18-12-2013

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