Álvaro de Magalhães




Álvaro de Magalhães, és tu quem eu chamo, neste dia, nesta hora!
Ainda não te conheço e já sei seres tu esse próximo que há em mim!
Que loucura estar a escrever-te numa poesia pouco sentida,
Apesar de tanto sentir ao escrever-te os meus sentimentos...

Como também daqui, com o coração meio na boca, falo de igual p'ra igual
Por esse nome juntos partilharmos. Não sei se é bom, se não é.
E, todavia, é neste poema que nasces! Uma criação minha, ainda que pouco original!
Escrever, imaginar, criar, baptizar - ainda que seja um ateu sem origem -  tudo isto!

Antes de ti, outros dois inventei - Leonard Sagè e Alberto de Régio.
Ambos morreram em má hora... As suas mentes eram quase-génios
E por serem um quase, que é tudo para os incertos, apaguei-os.
Antes de ti, e agora, somente eu existo; ninguém mais...

Invento nesta hora, esta carta, que mais parece poesia, porque estou feliz!
Como é isso possível? Eu que sou a mágoa andante, o cavaleiro sem princesa,
A espada sem metal, o sonho sem dom de sonhar, a pátria sem povo?
Invento apenas porque estou feliz, ó Álvaro de Magalhães!

E aproveito este momento puro e frenético para dizer aos meus leitores,
Se é que alguém lê a poesia ou prosa enferrujada do que sinto,
Que este será uma espécie de um segundo eu; porém, foge-se-me
Forma satírica de o fazer bem feito. Mas isso não interessa! Ele nasce,
E quando nasce e tem vida, ele é apenas uma parte de mim,
A parte que já não tem para sentir!

Álvaro Machado - 21:50 - 12-10-2012

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