Ilha de momento


Breve episódio do ebanista que me via
Entre aquela vegetação tão peculiar
E estranhava, também ele, o porque dali estar,
Sozinho sob aquela selva em que ia…

Oh a razão do sossego calmo, silencioso!...
Apenas vidas, genéticas, irracionalidades.
E o homem, cujas suas personalidades,
Que são tantas, vê seu dia perigoso
Sob esta selva, ou savana, ou tela…

Continuei a caminhada depois desta alucinação.
Continuei o passo rápido com que vinha antes
Mas desconfiado sobre uma idêntica ilusão
Que via agora mesmo como dantes.

É o eborário junto de sua casa trabalhando
Com o sol a dar-lhe na fronte; Ele ébrio,
Também com tal perícia, vai continuando,
Engenho de arte sob ebóreo…

Está nesta ilha do momento o meu sonho…
Momento esse tão diverso de não acreditar
Poder ele existir contra todas as possibilidades
De ser apenas sonho e eu estar a sonhar
Nesta ainda tarde precoce de contrariedades…

Álvaro Machado – 14:55 – 01-10-2012

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