Utopia
Se o homem quer sonhar para lá do possível
Então que sonhe modestamente por todo lado
E pregue esse dom de sonhar às pessoas todas,
Que feliz ou infelizmente ainda desconhecem!
Se o homem quer ultrapassar os limites da razão
Então que passe por de cima dessas normas dogmáticas
E sobrevoe para além o que é compreensível,
Caso seja necessário, que seja necessário!
Mas dispenso teorias sobre o amor! Dispenso teorias felizes!
Dispenso estar a relembrar o passado e achar-me perdido
Nesse presente, que acho passado, diga-se de passagem,
Traiçoeiro com todas as suas forças!
Nem sejam felizes, infelizmente vocês são-o, só pelos outros;
Nem passeiem pela rua a vossa aparência supérflua
Quando podem passar muitos mais do que isso!
Podem passar além fronteiras se é que me entendem!
Ah... Eu sou-o de igual modo: feliz e inocente, ainda criança,
Acreditando num mundo fácil e amigo, contrastando com o real,
E idealizo utopias junto dos meus... Será que eles existem?
Pergunto-me frequentemente achando sempre nada!
Como sou louco para estar a escrever do nada e por nada!
Já disse e repito: sou feliz e inocente, ainda criança!
Deixem-me ser isto porque é o que quero definitivamente!
Olhem lá: sonhar com utopias possíveis!
Digam que estou certo, porque estou. Digam apenas...
Se tenho o dom de sonhar, e sou homem, então sonho
Essa inconstante mas permanente vida ligada a mim
Como se nada do que disse seja possível...
Ó homem sonhador que sonhas o impossível
Serás tu, então, achar estar eu certo?
Ó homem pregador que pregas às pessoas
Acharás, porventura, ser isso bem feito?
Álvaro de Magalhães - 19:25 - 15-10-2012
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