Amálgama




Faz-me confusão, faz-me tortura, faz-me coisas que nem eu próprio posso saber...
E eu tenho pensado no sentido da vida e se ela poderá não ter um sentido...
Por que buscamos um sentido que tem de ser de felicidade e de prazer,
E quem nos garante que isso é ter sentido?
Nascemos, vivemos, iludimos, sentimos e pulamos nunca pensando
Que podendo ser isso não ter sentido e ser apenas uma tortura...

A quem busque a felicidade do incerto de que isso não é certo e por isso suposto,
O caminho será lento, nunca progredindo excessivamente, e será um transtorno
Para quem ache que a felicidade é o último padrão e o mais importante de todos,
Para quem pense que ser feliz é o estado completo da alma,
Para quem faça ou julgue poder fazer os desejos interditos...
Quem procura de livre vontade nunca encontra nada...

Eu que sou vulnerável ao trágico e à má sorte, o que poderei dizer-vos
A não ser que sou uma suposição do meu signo e de uma constante mudança?
Não é verdade que eu seja coisa alguma, e não sou mesmo... Sou apenas
Um corpo vão e que vai inutilmente sem direcção ou rumo destinado...

Mas quem é trágico porque não pode ser feliz? Até pode ser, pensem bem...
Até pode ele ser um barco naufragado e estar feliz assim, não pode?
Até pode fazer com que tudo acabe com um suspiro e ser eternamente
Feliz porque tudo lhe faz confusão sem sentido...

Álvaro Machado – 14:00 – 06-12-2012

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