Sentido da vida!
Tenho procurado, tenho estipulado enigmas, tenho enfim
criado humanidade
Para além da que existe neste confins do mundo - todo ele
enfático e mórbido,
Em que ninguém é de ninguém e apenas se cruzam num sonho
castelhano;
Tenho encontrado a verdade, a verdade de quem criou o
homem...
Depois, olha lá para fora e está um dia sol em pleno
inverno. Nele passa o enleio
Das almas que como eu sentem não ser nada e ser vãs como
tudo que existe...
Ao cimo da minha aldeia não sei o que há, mas sei morar lá
ditinho
Que prece meu fim antes que diga a verdade!...
Temos que pensar que nós, homens e mulheres, nascemos não
sabendo de onde,
Vivemos não sabendo porquê e morremos, de mesmo modo, não
sabendo
Que será final o presente imprevisível... Podemos, ainda
assim, imaginar qualquer coisa:
Quando acabar, seguiremos para o céu ou continuaremos cá a
filosofar sobre seu fim?
Temos que saber afinal quem somos apesar de,
indubitavelmente, ninguém poder saber!
Somente eu que me tenho intitulado de não humano e por isso
Silfo, conheço a história
Da vida humana e da sua criação e da sua mortalidade
efémera. Que adianta invocar,
Ser invocado e trazer os espíritos malignos sobre a igreja
de Deus? Não adianta, simplesmente!
Não adiante voarmos ao sonho maior que criamos! Não adiante
amarmos alguém
Porque nesse momento tornar-se-á falível que existe essa
palavra!
Não adiante sermos homens e escravos do templo de Deus!
Ninguém diga quem criou o mundo!
Prefiro viver insontemente num campo aberto e radioso como
esta manhã
Em que escrevo e penso abstractamente em voz alta o sentido
que dou a mim!...
Prefiro enfim criar uma humanidade anarquista e um império
de verdade!...
Álvaro Machado – 13:12 – 08-12-2012
Comentários
Enviar um comentário