Jardim espiritual




Percorre-se de silêncio o jardim espiritual
Da minha alma - Talvez o vazio do espaço,
E a natureza distante o deixem assim: triste.

Percorre-se de solidão a alma que o atravessar;
Parecer-lhe-á familiar em instantes de reflexão,
E parecer-lhe-á nefasto quando o supor.

(Tenho pouca noção do espaço e do tempo,
Tenho tão pouca noção do que realmente sou
E do que realmente posso vir a ser.)

Não vejo pessoas, não presencio árvores, nem vento,
Apenas saúdo a noção da esplanada vazia e a distância
Das realmente pequenas e inúteis pessoas dentro do café.

E os passos com que percorro o espírito do jardim
Também não se ouvem, nem os gritos do coração revoltado!
Apenas exalto e extasio as coisas dentro de mim.

(Imagino que me oiças, imagino que me vejas deitado
Sobre o banco a pensar nisto; pensa também no que fui,
No que sou e no que poderei não vir a ser...)

Álvaro Machado – 19:46 – 28-12-2012

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