Dimensões, incertezas…
A minha certeza da vida, da humanidade
É não ver luz ao fundo, não achar felicidade;
É olhar dos píncaros longínquos uma razão
E não encontrar mais que ilusão.
Se há início prolongado e certo de que existo,
Por que não há fim efémero disto?
Se há, dogmaticamente falando, um ser para a morte,
Por que há a vida e isso é mais forte?
A minha certeza é contemplar as paisagens
E, cepticamente pensando, confiar em viagens
Entre o consciente infalível e o falível inconsciente
- Isso é a certeza de que tudo me mente -
Mas as dúvidas entre os estados de pensar e contemplar
Desvanecem enquanto encosto a cabeça à chuva - Paro e penso:
O que serei eu afinal? E vocês o que serão? Ninguém sabe
precisar,
Ninguém sabe quanto do meu pensamento é extenso!
Só Deus sabe a certeza do homem e da vida, só Deus o sabe.
Quem pensa supõe o que de suposto já foi esquecido.
E nós, uns loucos que sonham e sentem, fomos o tempo
entristecido
Em que ninguém soube do que sabe
Atenção, todos! Afastem-se do raciocínio e da dúvida, isso
afastem!
Larguem o sentido da vida, o desejo do mundo e a vontade do
universo!
Queiram todos desfrutar do que há para desfrutar -
Desfrutem, porventura,
Como eu, que vejo o orvalho escorrer pelas janelas da amargura!
Álvaro Machado – 03:10 – 22-12-2012
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