Lágrimas escorridas




Chovem lágrimas, as lágrimas minhas e as minhas saudades.
Lanço sobre a minha cabeça um alvoroço imenso
E quando chega junto de ti parece pequenas intensidades
De um largo e duradouro incenso.

Escorrem as mágoas, as mágoas de pensar na minha dor.
Destruo todas as cartas que escrevi,
Destruo toda a imaginação que vivi.
E morro, assim, da vida um amador.

A tinta está seca e o barco despenha-se nesta chuvada.
Por mais marés que sinta e por mais tempestades que sofra,
Eu não posso dar-te a mão ainda que sejas tu a desejada!

Embrulho as cartas num toque leve, mando-as rio fora
E, aguardando, espero que as leias como te disse outrora,
Calmamente como a água que escorre a toda a hora!

E quando esta chuva cessar,
Por aqui não irei estar para contar
Às lágrimas do meu infeliz coração
Quando do que fui, fui ilusão.

Álvaro Machado – 01:30 – 20-12-2012

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