Paisagem inútil




Ser inútil paisagem levando uma inútil vida,
Em que não consegues passar disso:
Levantar-te como eles, andar a passo repetitivo,
E saciar magia invisível e toque ignóbil.

A tua voz é irreconhecível, tantos a têm;
A tua cara não tem traços nem cicatrizes
E ninguém faz da vida a inutilidade tua.
Só tu és paisagem inútil.

Enquanto leio poesia vagueando noutra dimensão,
Leio o meu coração e entendo o meu interior
Que é tão sozinho por ser tão diferentes de outros.
Enquanto leio supero a dimensão.

Mas tu não chegas sequer a ter uma dimensão próxima
E em ti ninguém acredita; Tu vives inutilmente na onda
Que te arrasta em cada passo que queres dar e não dás,
Em cada sentimento que anseias ter e não tens...

Ó inútil paisagem da minha vida, por que não te oiço?
Todo ruído estremece vagamente a tua alma vã...

Álvaro Machado – 20:29 – 19-12-2012

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