O Superior
De tantas coisas acima de mim,
Podia eu viver, então, subjugado
Ao superior e impossível de mim...
E por que não lhe vivo então?
De tantas altitudes indesejadas,
E de tanto sofrimento incessável,
Por que sou isso tudo mesmo não sendo?
E por que lhe vivo então?
Ah! Pudesse eu ser fatídico com o superior!
Pudesse eu sentenciar eternidade noutras estrelas,
Noutros sóis e noutras naturezas mais férteis!
Ah! Pudesse eu ser o que não sou!
Mas o mais longe que consigo é pensar exaurido
Do que não posso mais do que pensar...
E tal é a ironia de pensar ao que não se pode chegar,
Que quando se pensa nada há-de cansar...
E de tantas batalhas perdidas entre mim,
De tantas ironias espalhadas e perdidas,
O que há-de restar acima disto tudo?
(Talvez tu, talvez eu?)
Álvaro Machado - 21:24 - 04-01-2013
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