Cemitério
Que caia, sobre este cadáver,
Todas as desgraças do surrealismo.
Que seja transtornado seu cismo
Só de o haver…
E não seja mais eu mesmo aqui!
Os remorsos tomam-se-me diariamente
E estaticamente perplexo penso inquietamente
No que sou e por que ando aqui!
Estava doentio da noite passada. Que enleio…
As quatros baladas, dolorosas como o enoitecer,
Cobriam este rosto escondido sobre o seio
Da tal figura nobre que quis conhecer…
Obscuro monótono da janela deste cemitério…
Caminham outras razões para além
Deste arrependimento, que é meu mistério,
Onde sou mistério de ninguém…
Levar-me-ás em que direcção,
Destino guia deste coração?
Que será, afinal, das cinzas
Quando eu deixar de ser?
(Encerro este rascunho ao acaso!)
Álvaro Machado – 13:57 – 30-09-2012
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