Veredictum


Está longe, longe de mais, no infinito espaço,
Restos do que de mim foi, insensata lágrima…
Porque cantar-te é satisfação de rima
Quando o fundo é baço?

Estar no mundo, não estar, não querer estar.
Ter compaixão solar, ter compaixão estrelar
E ser um vácuo nostálgico d’um poço infinito
Esperando sentença do veredicto

Porque te distancias do mundo real?
Caminhas enseada abaixo, em alto mar,
Vida para além da que julgas encontrar
E só verás oceano surreal!

Invocas enleio nos aposentos
E por estares longe, sozinho,
Hás-de pedir por carinho
E sofrer só isolamentos.

Poço infinito, fel de não chorar…
Que será contemplar miragem?
Ó ávido homem procura, nunca hás-de encontrar,
Este mundo é só paisagem…

Álvaro Machado – 20:20 – 17-09-2012

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