Dirigido ao universo!


Ó estrelas que estais no céu… Porquê?
Vocês fazem tanto eu pensar…
Vocês fazem tanto eu chorar…
Ó visões longínquas do universo… Porquê?

Porque tudo quanto sou é memória?
E os humanos, distantes de mim, tanto diferem…
Porque somente eu, em versos meus, busco glória
E os humanos, sobrepostos a mim, me enaltecem?

Bem haja boa vida: famílias sorridentes, trabalhos bem ajeitados,
Suor que vale o esforço, mente que brilha aos seus próprios reinados…
Bem haja isto, que é conforme Deus quis que fosse…
E quanto a mim? Ah! Deus quis que morresse!

E tanto ele me deu esperança. Tanto ele me deu tanto…
Eu sempre segui a sua bondade; Porém, esperança?
Aquela velha palavra retratada pelo santo,
Da falsa virtude e bonança.

Ah! Universo infinito de infinidades!...
Estrelas de bêbados desejos!
Luzes, terra, todos estes lampejos!
E água, também água, que traz felicidades!

Deuses do Egipto pesam a alma,
Se pesa mais a minha, por estar sem calma?
Levar-me-ão para o sarcófago
Onde serei, se já não sou, um ser,
Um homem! Um humano! Um mago!
Serei, sou ou não sou? Não posso crer…
Pois tudo isto que digo, digo-o sem me conhecer!...

Álvaro Machado - 20:15 - 06-09-2012

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