Escrita feminina
Ela escreve, a coitada mulher na janela do quarto,
Sua tragédia que descortinada será durante a noite
Onde o vento ordena que a escreve se afoite
Durante o pesado sonho no quarto.
Ela emociona folhas que passam ao relento...
Seu ar de superior agita o próprio semblante
Superiorizando-se até à exaustão, mulher doma o vento,
E as cores do arco-íris multiplicam seu ar arrogante
Passam tudo pela sua demente e lúcida consciência:
Enseada que enche e ultrapassa o nível do mar;
Mascarra sorridente mancha seu olhar,
Borratando o que nela é elegância.
Envolve-se numa tragédia clássica; Seu barco perto irá naufragar
Ou será erro meu pensar que esta coisa feminina existe de verdade?
Só sei que ela continua a remar até à proximidade
Uma noite precoce chega para se destronar
E estarei a pensar em quê? E de que forma? Morreu na escrita,
Pobre mulher desencantada d'um Destino cruel que não lhe sorriu.
Sua tragédia descortinada foi, seu corpo da terra imergiu
Pobre santa, pobre coitadita!...
Álvaro Machado - 16:49 - 15-09-2012
Comentários
Enviar um comentário