Simples dia
Quando era simples menino
Ia um tempo calmo, submisso,
E mais não recordo esse tempo
(Rapaz, insonte, divino)
Humedece-se-me os dias,
as noites, as coisas em que cresci.
Esse tempo esvai-se à luz onde nasci
(Grande relâmpago a entenebrecer)
Oh… Os campos da minha velha cidade…
O que são agora, passada eternidade?
Pó dos que passam, tenebrosos,
Aos dias vagos e gloriosos
Vejo-os ainda: o mendigo ali atravessar,
Um corredor mais branco que as nuvens
Caído de joelhos, esperando o cessar
Deste dia moderno por onde vens…
E se vens, desgraça anónima,
Vem de uma vez só. Alcança-nos…
E que tudo seja estrada próxima…
(Eu e tu, meninos…)
Álvaro Machado – 17:56 – 24-09-2012
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