Mea Culpa
Será que um dia irei crescer
E ser eu mesmo noutro espaço?
Quererei eu voltar a viver,
Nesse dia baço?
Nos meus dias cansativos
Enaltece-me a maneira de questionar
Estados de contemplação diversivos
E outros espaços, que não este, imaginar
Mas tudo é vácuo doloroso.
Fogem-me por entre as mãos
Esses espaços preenchidos de ilusão
Onde o futuro seria grandioso
Grandioso demais talvez seria
Eu ser como nunca quereria.
E viesse Deus dos céus, santos das águas,
Para limpar esta mente e suas mágoas!
Mas não. É-lhe difícil ser assim.
Talvez nem queira sê-lo. Não sei…
Por mais que imagine um fim
Não sei o que nele serei…
Ordem do dia: diabo aparece.
E encanta por entre este dia
Recorrendo a fábulas, talvez, alumia
Este dia que se desvanece…
E quero ser tanta coisa, ó alma cruel!
E não sou nada, nem tu és nada!
Quanto do que faço é erro
Neste poema que narro…
Não valho nada; sou apenas vazio.
Entende-te comigo, nau presa ao mar…
Eu, como tu, sou mero vazio
E vazio navego até naufragar!
Será que esse dia está a chegar?
Será tudo ermos a me cegar?
Compreenda-me esta voz
Onde eu e tu somos nós…
Álvaro Machado – 19:00 – 25-09-2012
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