À procura de viajante




À procura de um laço ou de um sinal,
Algures em algum canto de alguma esquina,
Esperando ou ficando a esperar,
Por alguém que se junte a mim nesta viagem...

Ela será atribulada, se o já não é, e quase impossível
De ser traçada em conjunto, quase.
O seu fim nunca saberei, nem sei se será junto de quem espero...
Sei apenas que será atribulada e apenas minha.

Será minha, minha de quem não é ou de quem não a tem como sua;
Foge-se-me a arte e a vocação para procurar nos cantos
Do mundo alguém parecido com quem tenho sonhado,
Com quem tenho esperado impacientemente!...

A viagem é mais triste do que qualquer outra,
É mais um caminho para o fim e para o que é triste
Do que um caminho ou uma passagem para a felicidade;
Todavia, viagem dos meus sonhos!...

Eu, que não findo e que não desespero, continuo em busca,
De um sinal ou de um laço, algures em algum canto sublime!...
Espera, figura dos meus sonhos! Estou a ver-te agora!
Vejo-te no beco sem saída a fumar compulsivamente!

Mas cedo acaba. Sonhos são ilusões, sonhos são pequenas imagens
Com largos sentimentos de amor, de saudade... Não podem ser mais...
E sendo mais do que isso, já é real ou suposto que possa vir a ser real,
Não encontrar alguém p'ra viajar junto de mim!...

Álvaro Machado – 20:41 – 19-11-2012

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