Alicerce de vento




Ver a vida com formas geométricas mais amplas
Como se geometricamente fosse um rascunho não-exequível...
Nós, alicerces do vento, ténues, vindo à margem impossível
Sob a forma de opalas...

Ver renascida a reminiscência das variadíssimas cores
Deste quadro, deste esboço de quadro paradoxal...
Ó breve enigma das coisas sagradas porque és dores
Sob minha alma e sob sua forma espiritual?

Nem há sentido em coisa nenhuma; em pleno inverno,
Fora do ego, esboça-se chuva e mais chuva sem chover…
Nem há sentido em coisa alguma; e só há inferno
Se a chuva dissolver…

Sou contrário à própria contradição…
Resto do que sou é ilusão
Entre os génios que tenho dentro de mim
(Como saberei se há um fim?)

Contradição louca e contrária e insensata!
Sou ninguém nas palavras amargas…
Sou todos, sou todas as chagas…
(Será que o fim mata?)

Lá fora continua a chover, mas está sol.
O fim eterniza-se até deixar de ser eterno
E a vida, essa reminiscência do inferno,
Será as formas geométricas impossíveis…

Álvaro Machado – 14:46 – 04-11-2012

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