Peso da alma
Lembra-te de mim quando não mais existires.
Lembra-te dos discursos longos e cansativos,
Em que a conversa adquiria contornos instáveis,
Trágicos como tudo...
Lembra-te quando te pesarem a alma, e quando
Não mais existir o teu corpo, de que realmente pesa
Viver acima do que realmente somos ou podemos;
Lembra-te que não foste nada.
E é assim que eu te quero: perdida, sem direcção.
Deixa incidir sobre o teu resto o paradoxo
Das tantas coisas que tenho sonhado...
Ah, não é certo que tua alma seja pura,
Nem que alguma vez tenha sido.
Mas é verdade nela encontrar a minha cura.
Álvaro Machado – 20:45 – 02-11-2012
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