De quem for




Quem for de boa intenção
Que leve à maré destemida
A infeliz barca não sentida
Do meu coração.

Quem for, que sei que vai,
Acercado de bondade, espero,
Me leve até à maré do desespero...

A maré é rara e inavegável...
O desespero é insuportável...
(Quem for, sei que por ali vai...)

Isto para dizer que há coisas raras
Cheias de boas intenções.
E há coisas como as multidões
Que nos enganam e enchem de ilusões.

Depois há as barcas infelizes,
E as marés desesperadas.
Há as correntes, há as derrocadas
E as coisas que tu dizes...

Mas o que de boas intenções for,
Pela trágica maré destemida,
Saberá que lhe espera um amor
E uma bela ida.

Álvaro Machado – 20:08 – 07-11-2012

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