Ar de não ser
Eu não sou quem quer viver de luxo e de ostentação,
Eu não sou quem quer o mundo e a imortalidade,
Eu não sou quem sonha com perfeição e beleza,
Eu não sou quem deseja, quem exalta...
Apenas quero para mim um dia calmo onde possa escrever,
Um sol radioso para que possa descrever, um Mar para que
possa cantar!...
Apenas quero estar sozinho e escutar a natureza de um alto
qualquer,
E estar perdido dentro desta paz de alma!...
Porque eu fujo do que é normal, do paradigma dos transeuntes
Que todos diferentes, todos iguais, falando dos mesmos
temas,
Vestindo as mesmas roupas, tendo as mesmas alegrias e
tristezas,
Sentido os mesmos devaneios por motivos iguais...
O ar que eu respiro não é o de agora; é o ar de águas
passadas,
Em que sozinho era feliz - agora, nem assim sou -
infindavelmente...
O ar, o ar, o ar! O ar das árvores, o ar dos abismos, o ar
de ver-te!
Meu Deus de súplicas divinas, porque não me acompanhas?
Deixem-me ser quem não quer, deixem-me ser quem não deseja,
Deixem que o caminho me leve! Eu não mereço o ar que
respiro!
Eu... de que tanto preveni e pretendi para o meu futuro,
Agora já sei: não duro!...
Álvaro Machado – 13:57 – 18-11-2012
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