A vida?

A vida? O que é ser-se vida? O que é pensar-se vida?

O que é para alguém tê-la como sua ou subordinado a ela?

Paro, encostado no corredor, e penso o que há em si

Ou o que poderia haver se eu tivesse como ela

(Uma indecisão eterna!...)

O momento mais sublime dos versos transborda-se,

Não no que rodeia quem escreve nem nas vistas alegres,

O momento mais sublime, o mais altivo de todos os versos

É quando sozinho sentimos além do possível

Um simples período de tempo é razão que baste

P'ra que alma sinta o que de sentido não sente,

P'ra que um corpo mórbido se mexa, de repente,

E que o simples rapidamente seja motivo épico

(Pena, não acha-lo assim.)

E é na vida indefinida que, quem deambula em si,

Pode sentir-se vida e achar-se vida e morrer-se vida,

Pois é e será sempre chamada de coisa indefinida

Sem um rumo e sem uma única verdade de percurso!...

Álvaro Machado - 03:18 - 17-11-2012