Manhã do rio
Hipótese intercalada de estar e de não-estar
Vento lutuoso nas manhãs brumosas
Junto ao rio, e quando vê-lo é passar
Das horas frias às horas calorosas,
Não sei para onde me olhar...
Sei que o vento move um silêncio eterno,
E elas movem a razão de o ser...
Gotas caídas pelo fusco de estar a chover,
De não haver mais frio de inverno,
E só a paisagem deixando acontecer...
Averno subtil e pausado do orvalho estagnado,
Cantaria fúnebre delas sentenciadas ao fim,
Raio de sol suprimido e ritmo dócil cessado...
E nem saber se há um raio de sol iluminado
Que se lembre de mim...
E a paisagem há-de continuar paisagem,
Assim como o vento será eterno vento!
E a água que escorre pára num momento
Em que finda isto e a sublime viagem!
(Estando ou não, lamento...)
Álvaro Machado – 20:14 – 27-11-2012
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