Fúnebre canção
Silêncio atravessando a sala de estar...
Pouca ou nenhuma luz atravessando...
Mistérios anímicos que estão a olhar
Para nós, e para quem está jantando...
Coisas de nada fazendo sentido nenhum...
Mais silêncio na sala, mais solidão...
E vem ao fundo fúnebre canção
Onde sentido padece a algum...
Não é verdade, nunca será, as coisas do povo.
Em meia palavra, em meio sopro gesticulado,
Como se o momento pudesse ser cantado,
Eu sozinho me comovo...
Não é verdade, não pode ser; é-o de outra forma
Que não esta de andar e ver e achar
As mil formas ditas, se pudesse ser norma,
À espera do passo último para cantar...
Silêncio, mais silêncio no alto deste jantar...
Queira eu para mim o que já pude, mas agora não;
Queira eu, com todo um engenho e arte, cantar
Mais altivamente do que esta fúnebre canção...
Álvaro Machado – 21:27 – 05-11-2012
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